segunda-feira, 19 de agosto de 2013

5° Capítulo - Baile de Mascaras.



Pov Chlöe Swan. 
Tudo estava calmo e tranquilo; já havia acordado a algum tempo, mas continuei ali na cama, abraçada com Megan. Meus olhos permaneciam fechados e eu me sentia nervosa. Escutei uma musica irritante começar a tocar e me despertei rapidamente. Olhei para o visor e vi que era Matthew. 
– Alô?  
– PERUA, ACORDA! – Disse ele, gritando. 
– Ai, não grita, bicha, eu ainda quero ter uma boa audição.  
– COLOCA, COLOCA AGORA NAQUELE CANAL DE FOFOCA. – Disse ele um pouco afobado, tinha quase certeza que ele estava abanando as mãos.  
– Não.  
– AGORA! 
– Você vai parar de gritar? 
– Vou, meu amor, AGORA COLOCA NESSA PORRA LOGO. – Ri do jeito que ele falou e peguei o controle da Tv. 
– Tá, tá. Espera. – Liguei a TV e, por pura ironia, já estava no tal canal de fofocas. – Não está passando nada de interessante. – Bufei. 
– Vai começar, olha! 
" – O Cantor Justin Bieber foi flagrado hoje, na madrugada de sexta-feira, deixando uma boate no centro de Toronto. Bieber não deixou a boate sozinho, saiu acompanhado de uma morena misteriosa e seus seguranças. Detalhe: a morena se escondia atrás da camiseta de Bieber, fazendo com que ele saísse da boate exibindo seu tanquinho – Disse ela, dando um sorriso malicioso. – Fontes que estavam presentes na boate disseram que o casal parecia muito apaixonado e estavam sempre juntos. Mais tarde os dois foram vistos juntos saindo de um hospital da Zona Leste de Toronto; Bieber deixou o lugar segurando uma criança em seus braços. Não sabemos ao certo se é sua irmãzinha, Jazmyn Bieber, pois a criança também se escondia atrás de um casaco. Em breve, voltaremos com mais notícias. – Disse ela, sorrindo." 
Meu queixo foi ao chão. 
– Agora me conta tudo, perua. – Engasguei. 
– Con-contar o quê? – Droga. 
– Ha-ha, o que você e Megan estavam fazendo com o Justin Bieber! NÃO ME DIGA QUE ELE DESCOBRIU TUDO?  
– Bate na madeira. – Quase gritei. – Não é nada disso, é só que... Vem aqui em casa e eu te conto tudo.  
– TÁXI! TÁXI! – Disse ele gritando. – Consegui, estava só esperando você me dizer isso. – Ele riu. 
– Não acredito nisso, Matthew. – Comecei a rir. 
– Acredite, darling. Daqui a pouco eu chego aí, minha musa. – Ele nem esperou que eu respondesse, desligou logo em seguida. 
Olhei para o relógio e me assustei, 16:48, eu havia dormido demais. Me levantei e deduzi que Megan não demoraria para levantar também. Fui até seu quarto e separei uma roupa para lhe dar banho assim que ela acordasse; desci as escadas e fui direto para a cozinha, Alicia estava lá comendo. 
– Como Megan está? – Perguntou ela, preocupada. 
– Está melhor agora. – Sorri. 
– Você não me contou que estava com o Justin, eu pensei que... 
– Eu não estou com ele. Ele só me ajudou por remorso.  
– Remorso? Pelo que ele te disse no dia do show? – Ela perguntou, confusa. 
– Sim! Deve ser, não tem outro motivo pra isso... 
– Eu acho que ele está interessado em você... Eu bem que vi ele te agarrando umas 4 vezes naquela boate. – Comecei a rir. 
– Ele estava tentando me ajudar, alguns caras tentaram me agarrar e ele disse que eu era namorada dele, acredita? 
– Mentira! – Ela me olhou, espantada. 
– Serio! Ele é estranho, bipolar, sabe? Enfim, agora está tudo bem, nunca mais vou ver ele. – Alicia começou a rir. 
– Acho que você vai ver ele com mais frequência do que imagina. 
– O QUE? 
– Ele é amigo do Chaz, melhor amigo, não sei. 
– Ai, que susto, Alicia! – Suspirei aliviada. – Você vai ver ele sempre, e não eu. 
– Com certeza não – Ela debochou.  
– Uh, uh, cheguei. – Disse Matthew, entrando na cozinha. 
– A bicha louca e porpurinada chegou. – Disse Alicia, provocando. 
– Com muito brilho e glamour. – Ele riu. – Senti saudades, vagaba. – Ele e Alicia se abraçaram.  
– Eu também, Matthew.  
– E você, meu amor. – Ele me abraçou. – Desenrola essa língua. 
Me ajeitei na cadeira e contei tudo para Matthew; não tudo, mas quase tudo. Megan já havia acordado e Kate me disse que lhe daria banho. Mal vi o tempo passar e já eram 20:02, agora sim eu estava começando a ficar nervosa; logo Bill estaria aqui, e só Deus sabe o que aconteceria daqui a algumas horas.  
Separei dois dos meus melhores vestidos vermelhos e longos; ambos eram lindos. Tomei meu banho e lavei meu cabelo, saí do banheiro e vi que todos estavam no meu quarto, fazendo a maior bagunça. Alicia e Matthew dançavam ao som de "Cobra Starship: One Nite" e Megan gritava pedindo para que eles colocassem seu CD do Justin; por fim, ela acabou se rendendo e dançando com eles.  
Fui pentear meu cabelo e logo depois Matthew me ajudou a seca-lo, agradeci mentalmente e continuei ali. 
– Ei, musa, o que você acha de enrolarmos as pontinhas do seu cabelo? Vai ficar diviníssimo. 
– Tudo bem. – Sorri.  
Depois de Matthew arrumar meu cabelo, foi a vez de Alicia me ajudar com a maquiagem. É claro que eu sabia muito bem fazer aquilo, mas ambos sabiam que eu estava nervosa demais para poder fazê-lo. 
Estava quase pronta, faltava escolher o vestido.  
– Chlöe? – Kate entrou no quarto. – Bill está lá em baixo, posso mandar ele subir?  
– Pode sim, depois eu escolho o vestido. – Sorri nervosa. 
Matthew e Alicia saíram do quarto, levando Megan com eles; me sentei na cama e escutei três leves batidas na porta. 
– Entre. – Falei com voz falha. 
– Com licença. – Bill sorriu. – Nervosa? 
– Mais do que você pode imaginar.  
– Vai dar tudo certo. – Ele se sentou em minha frente e segurou forte minhas mãos.  
– Estou com medo. – Afirmei.  
– Eu sei, Chlöe, acredite em mim; sei exatamente o que você está sentindo agora. Mas se isso te alivia um pouco, você não estará sozinha lá. – Ele sorriu. 
– Não? 
– Não! Se lembra que eu lhe disse, que todos estariam em pares lá? – Assenti. – Apenas três são casais de namorados. O que nos resta seis membros, três homens e três mulheres, livres.  
– Ainda não entendi.  
– Você está incluída entre as três mulheres sozinhas. O baile será a 00:00 em ponto, todos deverão estar com seus devidos pares para a valsa; ou seja, antes da valsa acontecer, você terá que achar o seu par ou vise e versa. Mas não se preocupe com isso, você é linda Chlöe, tenho certeza que a partir do momento em que pisar dentro do salão, alguém irá se prontificar para ser o seu par, e te ajudar. 
– Oh, céus. Isso está confuso. – Coloquei a mão na cabeça. – Então, quer dizer, que eu devo me unir com um homem para uma valsa? 
– Não é qualquer homem, querida, a festa estará lotada de pessoas estranhas para confundir vocês. Não será apenas uma questão de força, será uma questão de lógica também. Ganha quem for mais esperto. – Ele sorriu. – O seu par, fará de tudo para te manter viva! Lembre-se: você deverá fazer o mesmo.  
– Esse negócio de par é sério mesmo, hein. Mas isso me deixou um pouco mais tranquila... – Ri sem humor.  
– Espero que você escolha um ótimo par, Chlöe. 
– Farei o possível para isso. – Suspirei. – Você acha que o tal Chanel, é um ótimo par? 
– Sim, pelo que tudo indica, ele se torna o melhor em cada esquema que acontece, mesmo tendo uma pessoa a menos em seu grupo.  
– Certo. Eu só não entendi uma coisa. 
– O que? 
– A valsa. 
– À 00:00, um DJ avisará sobre a valsa; os doze pares deverão ir para o centro do salão. Assim que musica começar, vocês dançarão normalmente, mas quando ela parar... – Ele suspirou. – Vocês terão que agir.  
– Eu darei tudo de mim pra conseguir isso, Bill. – O abracei. 
– Eu sei, querida. – Ele beijou o topo de minha cabeça. – Termine de se arrumar, estarei te esperando lá em baixo. – Assenti e vi ele caminhar até a porta. – Ah, só mais uma coisa: Chanel estará sozinho no baile, eu digo, sem nenhum par. Faça ele te notar. – Ele me mandou uma piscadela e saiu do quarto.  
Droga!  
Como eu iria fazer ele me notar? Eu nem sei quem é esse homem.  
– Musa, você vai me desculpar. – Matthew entrou no quarto, me dando o maior susto. – Mas eu escutei tudinho. Não foi porque eu quis, eu estava passando e... 
– Está tudo bem, Math... – Sorri. – Como eu posso fazer o Chanel me notar? 
– Simples, meu amor, ele é homem. 
– Tá, mas o que isso tem a ver? 
– Der! – Ele me deu um tapa de leve no braço e caminhou até os dois vestidos vermelhos que estavam pendurados perto de minha cama. – Esse, esse vestido é perfeito! Você vai com ele, e vai parar aquele baile.  
– Você está parecendo a Alicia falando. – Ri. – Mas esse vestido é muito decotado. – Fiz careta. 
– Se você quiser, eu posso emprestar um vestido da minha bisavó pra você usar, vai ficar ótimo em você; aproveito e pego uma calcinha que mas parece um coador de café também. – Neguei com a cabeça enquanto ria e ele me olhou sério. – Levanta! 
– Não. 
– Levanta agora, Chlöe Swan! – Disse ele, me puxando. – Ótimo, agora tira esse roupão. 
– Oh, céus! – Levei minhas mãos até minha boca. – Não me diga que você descobriu que gosta de mulheres e ... 
– Ui, Perua, calma! Você é perfeita, mas eu ainda prefiro meus bofes. –  Ele riu. – Vai colocar logo esse vestido perua, vou te ajudar à arruma-lo.  
Matthew me ajudou a colocar o vestido e, apesar dele ser um pouco decotado, tinha ficado lindo. Vesti meu salto e retoquei o batom; olhei para o relógio e tive um pequeno surto, já eram 22:38, acho que eu chegaria um pouquinho atrasada.  
Pov Justin Bieber. 
– Caramba, Justin, tem muita gente aqui. – Disse Twist, logo depois que entramos no enorme salão. – Você tem certeza que o lugar é esse mesmo? Só tem gostosa aqui, bro. – Disse ele, com um sorriso malicioso. 
– Não duvido nada que sejam todas prostitutas. – Ri. 
– Você tem certeza que não tem problema?  
– O que? 
– Eu ter vindo com você! 
– Não, mas lembre-se: você precisa ir embora no exato momento em que aquela valsa começar. 
– Pode deixar, não quero morrer também. – Ele riu, zoando da minha cara. 
– Ha-ha! – Ri totalmente irônico e peguei uma bebida. 
Senti uma mão pousar em meu ombro e me virei. 
– Chanel
– John.  
– Vejo que trouxe um amigo. 
– Sim, algum problema? 
– Nenhum. – Ele sorriu sínico. – Vejo que ainda não escolheu seu par. 
– Ha muitas mulheres aqui. – Beberiquei minha bebida. – É difícil saber qual delas é uma gangster.  
– Talvez todas sejam. – Ele riu; velho maldito, estava tentando me confundir.  
– Os doze membros já estão aqui? 
– Não, ainda falta um. – Ele analisou o lugar. – Ou melhor, falta ela. 
– Ela quem? 
– Adoraria te falar quem é, mas acontece que nem mesmo eu sei quem é. – Disse ele, olhando fixamente para mim. – As recomendações dela são boas; ótimas, eu diria. Mas parece que, como você, ela também tem um segredinho. – Ele riu. 
– O que você está querendo dizer? 
– A infiltraram no meio dos membros, e exigiram que, se ela saísse viva daqui, usaria máscara e um modificador de voz. Igualzinho a você. 
– Vai ver ela também foi obrigada a participar disso. – Twist começou a rir. 
– Não me faça perder a paciência com você, Justin. 
– Eu jamais faria isso, John. – Sorri e dei mais um gole em minha bebida. 
– Como eu pensei. – Debochou ele. – Agora eu preciso ir. Boa sorte, Chanel. – Assenti, dando mais um gole em minha bebida, e ele saiu.  
Velho filho da puta! Minha mãe sempre disse que odiar alguém era algo muito ruim, que nós nunca deveríamos odiar ninguém, nem mesmo o nosso pior inimigo. Mas eu não conseguia controlar a minha raiva e o meu ódio quando se tratava dele, John Swan.  
– Esse cara é sinistro pra caramba. – Disse Twist, rindo. 
– Eu deveria matar ele... 
– E essa ela veio para matar todos nós... – Disse Twist, quase babando. 
– Que horror, cara, boca fechada não entra mosca! Está babando por que?  
Ele continuou com aquela cara de mongo e eu ri, bebi mais um gole do meu whisky e pude escutar Dance For You da minha musa Beyoncé ecoar sobre os meus tímpanos. Me virei para a entrada do salão e pude ver o motivo pelo qual Twist estava babando; droga, que mulher é essa? Seu vestido era vermelho com um pequeno detalhe na frente, tinha um enorme decote em seus seios e pernas. Seu cabelo estava delicadamente caído sobre o lado de seus braços, sua mascara era inteira prata e combinava com o detalhe de seu vestido.  
Ela terminou de descer as escadas e seguiu andando até o pequeno bar que havia ali, e se sentou. 
– Vo-você viu isso? – Disse para Twist. 
– E quem não viu? O salão inteiro parou para olha-la.  
– Eu acho que é ela.  
– Ela quem? 
– O membro que faltava. 
– Ela? Uma gangster? Meu Deus, está mais pra um anjo. 
– É isso que nós vamos descobrir agora. 
Sai arrastando Twist para o outro lado do salão, e me sentei em um banco vago que havia ao lado da bela morena. 
– Com licença, você irá participar da valsa? – Maldito, eu não tinha percebido aquele careca do seu outro lado. 
– Oi? – Disse ela se virando para o careca que havia perguntado. 
– Me desculpe a indelicadeza. – Ele riu. – Me chamo Antony. – Disse ele estendendo sua mão para ela, ela o cumprimentou e ele beijou sua mão. 
– Prazer, Antony. – Disse ela, sem dizer o seu nome. 
– Você vai participar da valsa?  
– Sim. – Disse ela um pouco desconfortável. Inacreditável, ela era a gangster que faltava. 
– E o seu par, onde ele está? – Disse ele, rindo maliciosamente. 
– É, ele, ele, está ... – Disse ela, atropelando todas as palavras. Me levantei e fiquei ao seu lado. 
– Estou aqui. – Disse firme. 
Me desculpe, Antony, mas não será dessa vez. Ri com meus pensamentos. 
– E quem é você? – Perguntou o careca, totalmente furioso.  
– Chanel, prazer em conhecê-lo. – Estendi minha mão para cumprimenta-lo e ele assentiu, nenhum pouco feliz. 
– Digo o mesmo. – Ele me encarou pela última vez e saiu, nos deixando ali.  
Me sentei novamente no banco, e ela se virou para me olhar. 
– Você é sempre assim? – Perguntou ela, quebrando o silêncio. 
– Assim como? 
– Intrometido, sabe? – Ela riu. 
– Só às vezes; mas olha, se você quiser, eu posso chamar o careca para ser o seu par, sem nenhum problema. – Ri sínico e ela negou com a cabeça. 
Avistei Twist saindo acompanhado de mais duas garotas, e ri mentalmente. Olhei para a morena que estava ao meu lado e tive a sensação de conhecê-la; até seu cheiro parecia ser reconhecido pelas minhas narinas.  
– Qual é o seu nome? – Perguntei. 
– O que?  
– Seu nome, qual é? 
– Meu nome? – Assenti e ela pareceu confusa. – Ah, meu nome é, Ch-Chelsea. Isso, é Chelsea. 
– Você mente muito mal. – Ri. – Mas tudo bem, Chelsea.  
– Garanto que seu nome também não é Chanel
– Garota esperta! – Me levantei. 
Vi o DJ pegar o microfone e olhei para o meu relógio, 23:58. Suspirei fundo e esperei ele começar a falar. 
– Boa noite! – Disse ele sorridente. – Gostaria de chamar ao centro do salão, os doze membros para a valsa da 00:00. A noite aqui, só está começando, e eu espero que todos se divirtam muito. – As pessoas começaram a bater palmas e algumas até arriscavam assobios; pobres pessoas, mal sabiam que, em alguns minutos, estariam todas em pânico, e algumas até mortas.  
Tudo por culpa dele. 
Maldito, John Swan.  
– Ei Chelsea, é melhor irmos!  
Ela assentiu e eu estiquei minha mão para que ela a segurasse; um misto de sensações passou por todo meu corpo a partir do momento em que ela segurou forte minha mão. Tentei me livrar daquela sensação e saímos para o centro do salão. Todos ali permaneciam sérios, mas não escondiam o quão perturbada suas mentes estavam. 
A musica suave começou a tocar e todos os pares se movimentavam conforme as rédeas da música; Chelsea encarava minha face como se fosse possível me olhar por trás daquela máscara.  
– Seus olhos. – Disse ela, meio confusa. 
– O que tem eles? 
– E-eu não sei, mas... Deixa para lá. – Assenti e me concentrei em meus adversários, os gravando em minha mente.  
– Hey, Chelsea. – Chamei sua atenção e ela me olhou. – Um rodopio e você corre, tudo bem? – Ela riu, entendendo o que eu disse e as notas finais da musica se delimitaram. 
Girei Chelsea em meus braços e a soltei, um rodopio e nada mais. Tirei a arma de minha cintura e me escondi atrás de um alto pilar.  
Era agir, ou morrer. 
Era tentar, e conseguir. 
Era agora, ou nunca. 
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Hey princess <3 Espero que gostem e comentem viu? amo vocês!!
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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

4° Capítulo - Única Chance.


Pov's Chlöe Swan.
Droga, eu realmente devia ser uma péssima mãe; não conseguia sair por nada daquela boate dos infernos, quanto mais eu tentava chegar até a porta, mais as pessoas me empurravam para trás. Agora, além de estar chorando de desespero, estava chorando de raiva também.
Um cara moreno, alto e totalmente forte se meteu na minha frente e senti alguém envolver minha cintura, me empurrando para frente.
Legal, agora eu seria estuprada também.
Pensei na hipótese de me virar para ver, mas era quase impossível com todas aquelas pessoas tentando pular em cima de você; eu simplesmente não consegui entender mais nada, até que aquela voz angelical sussurrou em meu ouvido:
– Vai ficar tudo bem, nós já vamos sair daqui. – Disse Justin.
Estremeci.
Conseguimos chegar até a entrada da boate com a ajuda dos seguranças de Justin.
– Obrigada Justin, mas eu realmente preciso ir. – Me virei para sair daquele lugar e senti meu braço sendo puxado novamente.
– Você não vai dirigir assim. Sua amiga pode ir embora com o Chaz depois, eu ligo para ele avisando, mas eu vou com você! E não tente dizer não. – Disse ele, firme.
– Você é louco? Pelo amor de Deus, Justin! Eu ... – Ele me interrompeu.
– Eu disse para você não tentar me dizer não, eu vou e ponto final. – Ele tirou sua camiseta. – Cobre seu rosto com isso. – Disse ele me entregando sua camiseta. – Garanto que você não vai querer esses arrombados atrás de você depois. – Disse ele, referindo-se aos paparazzis.
Fiz o que ele pediu e senti ele me abraçar novamente; escondi ainda mais meu rosto em seu pescoço nu e pude sentir os flashes sobre nós. Eu juro que só queria sair dali e ir pra casa com minha filha, e nunca mais sair de perto dela.
Entramos em um carro e os flashes não paravam por nada. Percebi que o carro já estava em movimento, tirei a camiseta do meu rosto e entreguei para Justin novamente. O segurança me pediu o endereço do hospital e eu passei, não era muito longe dali.
Justin e eu não trocamos nenhuma palavra pelo caminho, e eu também não fazia muito questão disso. Não entendia porque ele estava me ajudando, e nem porque parecia tão preocupado.
Senti as lágrimas descerem cada vez mais.
Isso não deveria estar acontecendo.
Ele não deveria estar se aproximando.
O segurança avisou que havíamos chegado, não esperei por nenhum deles, saí correndo em direção ao segundo andar, já conhecia aquele hospital e o médico que sempre atendia Megan. Senti passos apresados atrás de mim, mas não me importei.
Avistei Kate e o médico conversando e me desesperei mais ainda.
– O que aconteceu? Pelo amor de Deus, cadê ela? – Perguntei com a voz falha, por causa do choro.
– Ela está sendo medicada, Chlöe, a febre dela está altíssima, fazendo com que ela tenha alucinações, como da última vez. – Meu coração parou; o medo tomou conta de mim, e me lembrei da ultima vez que estive aqui.
Empurrei eles e entrei dentro da sala atrás deles, sim, minha pequena estava lá com duas pessoas em sua volta, me aproximei;
– Papai? Mamãe? Eu tenho um... Papai. – Meu coração foi ao chão, senti alguém me puxando para fora da sala. Kate me abraçou e eu chorei em seu ombro, como nunca.
– Está acontecendo, de novo, Kate. – Disse, quase em um sussurro.
– Imagino que esteja se referindo à última vez que estiveram aqui, Srta. Chlöe. – Disse o médico. – Eu sinto muito, farei o possível para que ela fique bem.
– O que ela tem? – Perguntou Justin.
– Um verme, muito conhecido como "Ascaris". É normalmente causado por aquilo em que a pessoa deseja, mas não pode ter, o comum seria por comidas ou bens materiais. Mas no caso da pequena Megan, é causado por sentimentos, coisas emocionais. Me lembro da última vez em que ela esteve aqui; é um caso delicado, que pode levar à morte do paciente pela vontade excessiva. Ou seja, quanto mais ela tem o desejo de ter, mais o verme cresce e o paciente piora. E no caso dela, os remédios de verme ajudam, mas não curam.
E lá estava eu, escutando aquilo pela segunda vez em menos de 5 meses. Megan sempre foi uma criança muito carinhosa e esperta; me perguntava sempre se ela também tinha um pai, mas eu nunca soube o que responder. Meus olhos sempre se enchiam de lágrimas e eu a abraçava, tentando procurar as palavras certas para lhe dizer. Foi então que a primeira crise apareceu, há exatamente 5 meses.
– Mas o que ela quer? Talvez eu possa comprar ou ajudar.
– Sinto muito, Justin, como eu disse é algo sentimental, ela quer um pai, e isso, dinheiro nenhum no mundo pode comprar. – Todos ficaram em silêncio; o único som que havia ali, era o do meu choro. – A Senhorita provavelmente vai querer passar a noite aqui, certo? – Assenti. – Autorizarei que a Srta. passe a noite com ela e, pela manhã, darei alta à Megan.
– Obrigada, Dr. – Ele sorriu e saiu do corredor, nos deixando ali.
Kate me soltou e me sentei em um banco que havia ali, apoiei meu braço em minhas pernas e coloquei minhas mãos sobre meu rosto.
– Eu vou ir buscar uma água para você, eu já volto. – Não respondi nada.
Continuei ali.
Morta por dentro.
– Eu não sei o que dizer.
– Não diga nada, Justin. Pode ir embora se quiser.
– Eu não quero ir.
– Você deveria ir.
– Mas eu não vou.
– Então fique.
Não estava com a mínima vontade de discutir sobre aquilo.
– Senhorita Chlöe? – O médico me chamou, me tirando do transe.
– Sim?
– Ela já foi medicada e está descansando. A Srta já sabe a onde fica o quarto. – Assenti; ele me mandou uma piscadela e saiu.
Me levantei e procurei coragens para entrar. Era difícil entrar dentro daquela sala e ver que a pessoa que você mais ama está ali, sem se mover, sem sorrir, sem estar te chamando de "mamãe"; limpei minhas lágrimas e caminhei até a sala.
– Vai ficar aí? – Perguntei, me virando para Justin.
Eu não queria ele ali, mas ao mesmo tempo sentia que a presença dele era importante; às vezes, eu sentia vontade de mata-lo, mas às vezes, eu só queria chegar nele e dizer "Obrigada, por me fazer mãe e me dar o melhor presente do mundo". Era complicado, um misto de ódio, rancor, mágoa e gratidão.
Ele se levantou e caminhou em minha direção, entrei na sala e logo vi ele entrar também. Me aproximei de Megan e acariciei seus cabelos e beijei sua testa. Me sentei no sofá ao lado de Justin e deixei as lágrimas rolarem; era difícil lidar com aquilo, senti meus olhos pesarem e depois dormi.
Pov Justin Bieber.
Estava sentado em um enorme sofá branco, não fazia a mínima ideia do que estava fazendo ali; eu podia ter voltado para a boate, eu poderia estar em um quarto de hotel acompanhado de alguma garota, eu poderia ter ido pra casa.
Mas eu não fui.
Por que?
Boa pergunta.
Me virei para olhar Chlöe e percebi que ela estava dormindo toda torta, puxei-a para mim e coloquei sua cabeça em meu colo. Por que eu estava fazendo isso? Por que eu estava me importando tanto?
Mil perguntas em minha mente, e nenhuma resposta.
Analisei Megan deitada na cama, e vê-la naquela situação me fazia ficar tão mal; é claro que qualquer pessoa ficaria, mas era diferente, era como se ela fosse parte de mim, uma parte que ainda não se encaixou, e isso era estranho.
[...]
Mal percebi quando caí no sono; o sol invadia o quarto e senti dificuldade para conseguir me acostumar com a claridade. Chlöe ainda dormia em meu colo, e Megan... Bem, ela estava acordada sorrindo para mim. Me levantei e coloquei uma almofada em meu lugar, para acomodar a cabeça de Chlöe.
Me aproximei de Megan e me sentei em um banquinho que estava próximo à maca. Peguei sua pequena mãozinha e senti um choque elétrico se passar por todo o meu corpo, me deixando arrepiado.
– Está melhor? – Beijei sua mão.
– Um 'pôtinho'. Você e minha mamãe estavam 'ati'. – Ela sorriu.
– Sim, nós ficamos a noite inteira aqui com você, eu e sua mamãe. Mas acabamos dormindo também. – Fiz cara de decepcionado e ela riu, apertando minha mão.
– 'Dominhotos' – Ri da maneira em que ela quis dizer "dorminhocos" e a abracei; ela envolveu seus pequenos bracinhos em volta do meu pescoço, e me abraçou forte.
Completo.
Era assim que eu me sentia.
Pov Chlöe Swan.
Demorei para me lembrar a onde estava; me sentei rapidamente e vi Justin e Megan se abraçando. Senti meu coração acelerar e respirei fundo.
– Mamãe? 'Ablaço'. – Disse Megan esticando os bracinhos para mim e sorriu, percebi que Justin também havia sorrido. Não queria nem imaginar a situação em que eu estava, porque eu choraria de susto. Me levantei e abracei minha pequena.
– Está se sentindo melhor, meu amor? – Perguntei, acariciando seu rosto. Ela assentiu e sorriu.
Poucos minutos depois o médico entrou no quarto e examinou Megan mais uma vez, e logo depois assinou sua alta. Estava prestes à ligar para meus seguranças virem me buscar, mas Justin insistiu que me levaria para casa, então preferi aceitar sua carona. Estávamos descendo quando encontramos os seguranças de Justin na saída do elevador.
– Bom dia. – Disseram eles, juntos. – Justin há muitos paparazzis lá fora, e o carro já está aqui na frente, mas creio que você prese pela segurança delas.
– Justin pode ir, eu ligo para Kate. Não quero causar problemas, você já me ajudou demais.
– Você não está me causando problemas, só quero a segurança de vocês. – Disse ele, olhando pra mim. – Tem algum casaco no carro? Se tiver tragam para cobrir o rosto delas.
– Não tem nada no carro, mas se não se importar eu posso tirar meu casaco. – Assenti com a cabeça e ele me entregou seu casaco; Justin segurou Megan e cobriu-a com o  seu casaco. Um dos seguranças de Justin me puxou pela cintura e me arrastou até o carro, pois eu não estava enxergando nada, mas era possível sentir os flashes sobre nós.
Entramos no carro e o motorista acelerou; finalmente estávamos a caminho de casa.
Megan estava brincando com Justin, e por um momento parei para pensar.
E se eles soubessem que eram pai e filha?
Balancei minha cabeça na tentativa de me livrar daqueles pensamentos, aquilo nuncaaconteceria. Percebi que já estávamos perto de casa e sorri, precisava logo de um banho.
– Hum, obrigada por tudo, Justin. – Saltei do carro e Justin entregou Megan em meus braços.
– Não precisa agradecer. – Ele colocou suas mãos no bolço da calça e sorriu pra mim.
– Quer entrar? – Perguntei por educação, é claro.
– Não, preciso ir pra casa dos meus avós, minha mãe deve estar preocupada. Mas obrigada pelo convite, qualquer dia eu lhe faço uma visita. – Ele riu.
– Tudo bem, tchau.
– Tchau. – Ele me deu um beijo na bochecha e entrou novamente no carro. Acenei para os seguranças e percebi que Megan estava cochilando em meu colo. Entrei dentro de casa e Kate parecia estar surtada. Coloquei Megan na cama e fui pegar um pijama dela, ainda era cedo e provavelmente ela estava cansada.
– Ei, meu amor. – Beijei sua testa e ela abriu os olhinhos, ainda meio dormindo. – Vamos tomar banho? Depois mamãe te deixa dormir. – Ela assentiu e me esticou os braços; peguei-a no colo e lhe dei banho, coloquei seu pijama e deixei ela deitada em minha cama, enquanto Kate trazia seu "mamá".
Aproveitei que Kate estava ali com ela e fui tomar um banho, precisava descansar também. Coloquei uma roupa mais soltinha e estava pronta para me deitar.
– Chlöe? – Chamou-me Kate.
– Sim?
– Bill está aqui, e disse que precisa falar com você urgente.
– Tudo bem, diga a ele que já vou descer. Alicia está dormindo? – Perguntei.
– Não, Srta. Chlöe. Ela e mais um rapaz foram até o hospital ontem, mas como você e oJustin estavam dormindo ela achou melhor não te chamar. – Ela deu ênfase no nome de Justin e me olhou, sabia muito bem o que aquele olhar significava. Kate me conhecia muito bem e sabia de todos os meus passos, mas dessa vez ela não sabia o porque dele estar lá. – Ela disse que passaria a noite com o tal garoto e depois viria para cá.
– Tudo bem. – Sorri e peguei um casaco.
Bill não costumava vir em minha casa muito cedo, a não ser que fosse urgente mesmo. E quando o assunto é urgente, sempre se trata de John Swan, mais conhecido como meu pai. Desci as escadas e vi ele sentado no sofá.
– Bom dia, Bill.
– Bom dia, querida. – Ele me abraçou. – Como Megan está? Fiquei preocupado quando Kate me contou.
– Está descansando agora. Obrigada pela preocupação. Sente-se. – Apontei para o sofá e nos sentamos. – Aconteceu alguma coisa? Kate disse que você queria falar comigo urgente.
– E quero. – Disse ele rindo meio nervoso.
– Então me conte. – Sorri.
– Chlöe, seu pai quer uma mulher na equipe.
– O que? Como assim?
– Treze membros mais o Channel. Como você sabe, o "Channel" é o líder, aquele que ninguém nunca viu, mas que está em todas as reuniões; é aquele que ninguém conhece sua voz, mas é o que mais fala. – Me lembrei de Bill já ter me contato isso. – Ele sempre usa terno, toca e um modificador de voz. Ninguém sabe ao certo o porque do seu pai nunca revelar a real identidade do tal "Channel". Enfiam Bowden, Olds, Oxford, Ontário e Toronto. Cinco grandes cidades do Canadá que são dominadas pelo seu pai e sua equipe, o objetivo você também sabe, fazer com que drogas e armamentos ilegalizados passe por essas cidades até chegar em lugares maiores. Seu pai começou com Olds, que tem 6.703 habitantes, e hoje já está com 5 cidades, sendo uma delas a maior de todo o Canadá. Em pouco tempo seu pai dominará toda a parte da América do Norte e invadirá mais extensões, caso isso aconteça. Ao todo são quatorze pessoas na equipe do seu pai, quatorze pessoas trabalhando para que isso aconteça. Dinheiro, muito dinheiro está envolvido nisso, e cerca de duas semanas atrás, seu pai decidiu que queria uma mulher em sua equipe. Então, ele reuniu-se com os demais chefes de todo o mundo e lhes propôs um acordo, um baile, para ser mais sensato.
– Um baile? – Perguntei, achando aquilo estranho.
– Sim, um baile de máscaras. Como você sabe, seu pai só comanda, quem faz todo o trabalho para ele é sua equipe, e todo "comandante" tem seu "braço direito", igual "Channel" é de seu pai. Então hoje, todos os "braços direitos" de cada "comandante" virão para Toronto. Seis homens e seis mulheres, doze pessoas. E apenas dois sobreviventes. – Engoli o seco e tentei raciocinar direito. – Se você quer mesmo colocar seu pai na cadeia e fazer justiça contra o seu pai, essa é a sua chance. Sua única chance.
– Tem certeza que esse é o único jeito? – Ele assentiu.
– Seu pai garantiu que o "Channel" será o homem sobrevivente... E bem, eu garanto que você será a mulher sobrevivente.
– Eu? Mas eu nem sei o que tenho que fazer lá, eu vou morrer.
– Chlöe, por quanto tempo eu te treinei mesmo?
– Por quase quatro anos. – Respondi em um sussurro.
– Você tem uma das melhores pontarias que eu já vi em toda a minha vida. Sua agilidade é impecável, seus tiros, são certeiros. Seu raciocínio é rápido. Eu te treinei pra isso Chlöe, porque você é a única que pode parar seu pai.
– Eu sabia que esse dia chegaria.
– Você sempre soube, foi pra isso que você me pediu que te treinasse. Eu sempre vou estar sobre o seu comando, eu sempre vou te ver e escutar de longe.
– Eu sei, mas como eu vou participar da equipe do meu próprio pai, sem ao menos ele saber quem sou eu?
– Eu exigi que se você fosse a sobrevivente, você usaria toca e um modificador de voz também. Está tudo sob controle. Você liderará tudo com Channel.
– Eu vou! Eu preciso fazer isso. – Disse determinada. – Mas e se eu morrer?
– Isso não irá acontecer, confie em mim e em si mesma! – Ele me mandou uma piscadela. – O baile é hoje à noite, às 22:30. Separe seu melhor vestido vermelho e eu darei um jeito na máscara.
Bill se levantou, me deu um beijo na testa e saiu. Continuei ali no sofá, pensando sobre as próximas horas; eu precisava ser confiante, eu esperei aquilo por tanto tempo e não seria agora que eu desistiria.
Subi para o meu quarto e me deitei na cama junto com Megan; a noite seria longa, e eu precisava descansar para isso.
...
Continua...
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